quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Ele era doce. Ela não. Cruzaram-se no barco para Cacilhas. Ela lia a Maria. Ele não. Aliás, ele não lia: dizia que dava muito trabalho - apenas legendas e rodapés de telejornais. Também lia uns poemas que vinham no papel dos rebuçados que comprava no quiosque perto da oficina onde trabalhava, mas isso não confessava a ninguém.
Empurraram-se uma vez na entrada do barco. Foi assim que se conheceram.
Depois de alguns encontros e alguns cafés tomados, ele apaixonou-se. Ela não. Nem sabia por que estúpida razão não se sentia atraída por ele. Ela que tanto queria casar e ter filhos! Ele nem por isso. Queria amar e ser amado... independentemente de tudo o resto.
Ele era muito doce, de uma doçura travestida de falsa dureza. Ela era simplesmente amarga, mas não sabia!

2 Comments:

Blogger Unknown disse...

A vida troca as voltas a qualquer um!!!

10:06 da tarde  
Blogger António disse...

Nas relações a dois, muitas mais vezes do que se julga, há um que ama e outro que se deixa amar!

Obrigado pela tua visita.
Então o enredo está a agradar, hein?
Mas o suspense vai continuar.
eh eh

Beijinhos

10:42 da tarde  

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