sexta-feira, maio 19, 2006

Um arrepio podia querer dizer muita coisa... Frio, talvez. Estavam 30 graus pelo que a explicação não lhe pareceu plausível. Medo, talvez. Estava sozinho em casa a preparar uma salada russa para o almoço pelo que essa explicação também não lhe parecia correcta. De repente, lembrou-se que, no momento em que sentiu o arrepio, pensava nela e em como ela se tinha aproximado dele e respirado docemente junto ao seu pescoço... Foi isso, a memória dela provoca-lhe arrepios... de prazer, supunha! Não aguentou. Pegou no telefone e ligou-lhe. Precisava de lhe ouvir a voz para parar os pensamentos e os arrepios. Ela não atendeu. Devia estar numa reunião... Ligou mais tarde: voltou a não atender. Devia estar a conduzir... Voltou a insistir, mas nunca teve resposta. Aí pensou melhor e sentiu medo. Ela podia nunca mais querer vê-lo. Sentiu frio. Um frio na barriga, o estômago a dar voltas. Deitou-se no sofá enrolado numa manta à espera que o tempo passasse. Era a única coisa sensata a fazer.
Um arrepio pode querer dizer tanta coisa!

2 Comments:

Blogger António disse...

Querida S.!
E este não será:
"A crónica de uma oportunidade perdida"?

Obrigado pelo teu "comment" ao meu Diálogo do Padre e da Beata.

Beijinhos

5:59 da tarde  
Blogger Jorge Moniz disse...

Muito bem descrito.

9:25 da tarde  

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