Tinha havido uma violenta discussão lá em casa.
Eu, do alto do meus 15 anos, resolvi fugir. No fundo, o que queria era que me encontrassem e que ficasse tudo bem. Mas desta vez tudo tinha ido longe demais. A minha mãe demitira-se da sua tarefa e delegava numa empregada gorda e feia toda a nossa educação: minha e da minha irmã mais nova. O meu pai trabalhava, trabalhava, viajava, fugia tal como eu na esperança de, na volta, encontrar uma família diferente. Estávamos todos um bocado sós. Já ninguém se amava verdadeiramente e éramos obrigados a viver juntos na mesma casa. Não me parecia justo e foi por isso que, ao fazer 18 anos, saí de vez. Agora já não queria ser encontrado, queria que me deixassem ser só e sozinho em algum sítio onde pudesse amar qualquer coisa. Foi assim que vim parar aqui: à escrita, às histórias que me permitem ser quem eu quiser. Foi assim que sempre ganhei a vida porque me apaixonei perdidamente pelas palavras que conjugo interminavelmente como se assim pudesse reescrever toda a minha história. E consegui!
3 Comments:
O que poderei dizer, escreves muito em, ese te escndes atrás das tua palavras penso que deverias crescer pelas palavras e mostrar muito mais ao mundo todo e não só a ós que te le-mos e cometamos.
continua a escrevr.
Querida S.!
Parece-me vislumbrar um rabo de autobiografia nesta história.
Também detestas o calor?
Welcome to the club
Ar condicionado?
É complicado colocá-lo no prédio onde vivo.
Senão já o teria feito.
Beijinhos
@antónio: nada de autobiográfico nesta história! Obrigada pelos seus sempre simpáticos comentários!
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