Abrir aquela porta era tarefa máscula. Não havia nenhum especimen por perto pelo que se decidiu a enfrentar a tarefa sozinha. Precisava de entrar no quarto das recordações. Não tinha como. Atirou-se à porta com a ferocidade de quem salva uma vida. Magoou o ombro. Sabia que havia de encontrar várias respostas atrás daquela parede. Sabia que seguiria com a sua vida assim que remexesse os papéis, as fotografias e os cheiros... Lembrou-se, então, de todo o sofrimento que havia causado e decidiu focalizar toda a sua raiva por si num pontapé bem centrado, bem ao lado da fechadura - nada!
Afinal, os homens serviam para alguma coisa - aquele homem em particular levara-lhe a chave. Poderia devolvê-la se ela lho pedisse, mas ela não conseguia passar por isso. Preferiu exorcizar-se de outras formas mantendo a porta fechada.
Para sempre!?
2 Comments:
Quantas vezes abrimos portas que estavam fechadas e vemos que estamos a avançar pelo corredor errado... Quantas vezes as abrimos para tomar consciência que não queremos ficar agarrados a um passado que nada mais é que isso mesmo - apenas passado. É sempre bom abrirmos as portas. Por mais que delas desconfiemos que não virá do acto coisa boa. Recordarmos o que temos nas gavetas do passado. É do contacto com o passado que conseguimos obter as certezas do presente que nos persegue a cada dia. Mesmo que nos preocupemos constantemente com o futuro, estaremos sempre presos a um presente que nos joga as cartas para a mão para com elas fazermos o que achamos mais adequado. Será melhor abrirmos portas… para o futuro!
Querida S.!
Penso que se trata de uma história em que o tema central é a teimosia.
Pelo menos é assim que a leio.
Obrigado pela visita, mais uma vez.
E o Meireles vai papar a rapariga ou não?
ah ah ah
(que boa sensação de poder isto me dá...)
Beijinhos
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