Cantava hinos à alegria a cada meia-hora. Não sei se por convicção ou apenas para se convencer que era feliz. Uma amnésia controlada apagava-lhe da memória as coisas más da vida. Todas. Era um pateta. Um Ignorante. Convencido de que era um optimista...coitado! Depois, despromoveram-no a estafeta. Continuou a fingir que não sabia e apresentava-se na repartição todos os dias da semana. Excepto às sextas.
Os colegas, por pena, deixavam-no ficar. O chefe, por enfado e prepotência, correu com ele num ataque de ira que fez correr rios de tinta: que era um insensível, não entendia que o outro era um palerma.
O palerma processou o chefe. Os colegas apoiaram-no. Ganhou. Voltou à reapartição. E continua a cantar hinos à alegria a cada meia-hora...
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