quinta-feira, novembro 30, 2006

Ao início, a voz soltava-se e verbalizava todos os sonhos. Delirantes. Megalómanos. Nem por isso. Uma forte vontade de mudança - isso!
A meio já a voz se encolhia e o desconhecimento inicial tornou-se arma ou desculpa ou ambos.
No fim calou-se. Que o rio corra como quer e quando quer. Que suba. Que desça. Que se evapore... mas que nunca a leve na corrente!

terça-feira, novembro 28, 2006

Estudo-lhe os gestos para mais tarde os poder escrever.
Move-se facilmente em todas as esquinas e não encalha em nenhum obstáculo. Difícil é traduzi-la em palavras. As que me faltam. As que sei certas, mas que não posso usar. Por pudor. Por medo.
Sou o tradutor obtuso que nada faz para além de observar. Gastam-se-me os olhos assim. Fechá-los-ei amanhã e sentirei apenas.
Apenas!?

segunda-feira, novembro 27, 2006

quinta-feira, novembro 23, 2006

Um dia fui mãe. Deixei de fumar. Deixei de beber e criei uma vida.
Nesse dia respondi perante o juíz que não voltaria a roubar, nem a mentir, nem a matar...
Mas não consegui.
Outro dia serei outra coisa qualquer.
Enquanto houver dias...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Daquela vez não podia falhar. Havia muito dinheiro em jogo e a transacção teria que ser breve. Muito breve. Ela dava-lhe o coração e ele ficava com todas as suas contas bancárias. Há amores assim!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Dantes ia. Agora não vai. Dantes não tinha escolha. Para além da obrigação ainda ia a tudo o resto por puro prazer. Agora pode escolher e não vai a lado nenhum. É só uma fase. Com o tempo passa!

quarta-feira, novembro 15, 2006

O meio do caminho é doloroso. Nem sabemos se lá estamos, se falta muito ou se já o passámos. Há sempre a hipótese de voltar atrás, mas o tempo não deixa. A vida não deixa espaço a hesitações. Ou será que deixa e nós não o conseguimos ver? E se tudo começasse a girar ao contrário e amanhã estivessemos a viver uma coisa que julgámos ser passado? E se depois de amanhã tivessemos 15 anos outra vez? E se na semana seguinte tudo voltasse ao normal e estivessemos, assim, como que a meio do caminho... mesmo sem saber bem qual!

quinta-feira, novembro 09, 2006

para a ana: estas não são as minhas manias, mas foi o que me ocorreu sobre o assunto! Espero que gostes!
7h00. O despertador toca. Espera pelo próximo toque daí a 10 minutos e só depois se levanta. Vai de olhos fechados até ao w.c. e liga a água do duche enquanto alivia a bexiga do líquido acumulado durante as 8 horas e 10 minutos de sono. 5 minutos para o duche, 2 para escovar os dentes e 1 para colocar o creme de dia com movimentos circulares ascendentes sobre o rosto. De volta ao quarto, acende a luz e o rádio. Veste o fato previamente preparado de véspera: à 2ª: o azul com a camisa branca, à terça o cinzento com a camisa rosa, à 4ª o da saia com uma blusa de gola alta, à 5ª o preto com a camisa de cetim vermelha e à 6ª blazer castanho e calças de ganga. Não sai de casa sem verificar se luzes e gás estão desligados e se o alarme fica ligado. Para isto são 45 segundos (aperfeiçoou-se ao longo dos anos). 2 minutos para tomar a bica no café em frente à paragem do autocarro e, a partir daqui, já não pode controlar mais nada. Normalmente, o autocarro atrasa-se. Pode haver acidente na Calçada de Carriche. O Metro pode estar em greve. Quando chegar vai ter que inventar outra desculpa que a da greve já não pega. Meia hora para almoçar. Uma sopa e um sumo de laranja – mais não para não gastar dinheiro nem perder a linha. E a hora a que sai do emprego, também ninguém sabe: só Deus…ou o chefe! Chegará a casa e desligará o alarme. Tirará os sapatos e vestirá um fato de treino. Fará o jantar – algo leve com muitos legumes. Passará os olhos pela tv, mas por pouco tempo. Às 11h tem que estar a dormir. Impreterivelmente!
E assim sucessivamente...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Há uma luz para acender. Perco-me nas paredes à procura do interruptor. Não o encontro! O escuro torna-se mais claro à medida que me habituo. Pode ser confortável... Poderia tornar-se confortável, mas isso não chegará a acontecer: gosto demasiado da luz e não desisto facilmente. O interruptor há-de aparecer!

quinta-feira, novembro 02, 2006

O parágrafo seguinte encontrei-o naquele livro... não me recordo do nome só do autor. Aquele que ganhou o prémio do ano passado. Mas isso é irrelevante. Do que estava eu a falar? Do problema da falta de concentração dos miúdos nas aulas, pois. Como não? Tantas distracções, tantos brinquedos! Viste aquele golo? Ali, pá, no resumo da sport tv! Ah! O parágrafo. Dizia qualquer coisa que tinha que ver com a falta de objectivos e das facilidades... está naquele livro, depois procuro!